sexta-feira, 11 de setembro de 2009

Aprenda alguma coisa sobre trabalhos de FICÇÃO, e depois reclame...



MAL HUMORADO COMO UM FILME DO SPIKE LEE

Esse é um post, escrito originalmente em INGRÊIS e que tentou ser postado nos fórums do IMDB - Internet Movie Database, referente ao filme "Milagre em Sta. Ana" (2008) do diretor Spike Lee.

Aqui vai minha re-tradução tosca da parada.


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Olá, caras!


Primeiro de tudo. Inglês não ser a minha língua mãe.


Eu sou apenas um reles jovem- italiano- caucasiano- professor-de-história vivendo no Brasil.


Não sou um especialista em Spike Lee, muito menos um fanboy, mas admiro o trabalho do diretor. E só pra constar, sim, eu curto Clint Eastwood e não consigo enxergar “Dirty Harry” em nenhuma instância como propaganda fascista.


Sobre Lee, não vou sair por aí afirmando enfáticamente “Rapazes, está é a sua Obra Prima!!!”. Mas posso dizer que honestamente amei esse filme. (Exceto talvez pelas atuações exageradas do elenco italiano...)


No entanto, após ler muitas críticas sobre ele aqui nesse site, acho que a maioria das pessoas realmente não “captou” a coisa. “Milagre em Sta. Ana”, que realmente leva em conta eventos históricos reais, é antes mais nada um trabalho de FICÇÃO.


Os filmes de Spike Lee estão carregados de simbolismo e alegorias. ( simbolismos que em si são muito simples, como os irmãos italianos com a camisa “branca” e a camisa “negra” em “Faça a Coisa Certa”)


Exigir “Precisão Histórica” desse tipo de trabalho é como clamar por um Tarantino sem violência.


Este não é seu FILME BLOCKBUSTER PADRÃO DE 2ª GUERRA MUNDIAL. Este filme é a interpretação de Lee sobre todo o GENÊRO DE FILME DE 2ª GUERRA MUNDIAL.


(Dito isso prefiro “Sant’Anna” ao “Resgate do Soldado Ryan” que pra mim vale só por aquela cena inicial do desembarque de tropas durante o Dia D)



Os filmes de Lee são profundemente “bretcheanos”. Não posso afirmar se Spike Lee foi um aficionado por leituras de Bertolt Bretch, mas quem tiver paciência de pesquisar e ler alguma coisa sobre o roteirista e dramaturgo alemão, vai notar que ele e Lee têm filosofias muito similares sobre arte.


A personagem Axis Sally (para minha surpresa) realmente existiu. Mas aquele discurso ao destacamento de Bufallo Soldiers no inicio do filme, está muito mais direcionado na verdade ao espectador (uma reflexão sobre o papel dos negros americanos na guerra) do que aos personagens.



Aquele nazista “sangue bom” que entrega uma arma e aconselha Wector Negron no melhor estilo Deus Ex Machina, é muito mais um aceno e uma provocação irônica dirigida ao espectador do que mau revisionismo histórico. Como um lembrete que diz: “Hey, isso não é real!”


O massacre de uma população inteira em Sta. Ana foi mais um capítulo verídico da história ensangüentada da raça humana. Mas as ações dos guerrilheiros e dos nazistas no filme são mais uma reflexão sobre o todo das ações destes na guerra do que naquele espaço-tempo específico de Sant’Anna di Stazzema.


Não quero dizer com isso que trabalhos de arte não devem ser coerentes. Se lá na tela subitamente surgisse um exaltado Hitler afrodescente acariciando seus dreadlocks made in Jamaica... OK, já posso imaginar em algum lugar do mundo uma turba furiosa segurando tochas e gritando “Agora chega! ISSO passou DOS LIMITES!!!”. Mas não parece é esse o caso.


A melhor coisa nos filmes de Lee é justamente a ilusão do realismo. O ponto de vista dele sobre a participação dos negros americanos na 2ª guerra mundial em momento algum pretendia ser mais realista do que a participação dos brancos na 2ª guerra mundial dos filmes do John Wayne...


Alguns de vocês depois de tudo que falei continuarão a pensar “Senhor, mas isso é apenas um amontoado de confusos pensamentos esquerdistas!”.


Tudo bem.


Se você não gosta dos filmes de Spike Lee, tudo bem também.


Mas tentem ao menos entender as razões por trás de todo o seu fazer filmes. =) "

quinta-feira, 10 de setembro de 2009

Blood on the dance floor...


BASTARDS!!!


Deve ser ironia cósmica ou vai ver coincidências realmente existem.

( Se lembra Davide? Como quando você era moleque e pediu em prece para que DEUS matasse os MAMONAS ASSASINAS? Você ainda acreditava nele naquela epóca... Qual Mãe Diná que nada... E quando sua alteza Pedro Luiz , 4o herdeiro na linha de sucessão da Família Real Brasileira MORREU no acidente do avião da Air France no DIA SEGUINTE à aquela sua rápida pesquisa no Google sobre monarquistas no Brasil contemporâneo para os alunos do 3o ano do Ensino Médio?! Se lembra Davide?! Você chutou macumba Davide!)

"Kizzy Ysatis"; o escritor Cristiano Marinho, a quem eu entrevistei a um post a trás, não sofreu um acidente de avião, mas foi agredido de maneira hedionda por um grupo de brutamontes carniceiros que trabalhavam como seguranças na boate "A Loca" na grande São Paulo. Agredido junto a sua amiga a diretora e escritora Liz Vamp que sofreu apenas algumas escoriações (que cá entre nós, embora não escreva a melhor literatura do mundo é uma pusta de uma boa pessoa como atesta aquela super-criativa campanha de doação de sangue...)

Fiquei sabendo de tudo no dia seguinte ao ocorrido mesmo (isso foi 5 de Setembro) através do MSN messenger por um amigo meu que leu a entrevista enquanto conferia o layout novo com cara de DIY do Falagrilo. Ele me disse que acabava de ler que um tal de escritor chamado Cristiano Marinho havia sido espancado junto com a Filha do Zé do Caixão. Ele queria saber se era o mesmo da entrevista. Era.

(ah a ao que aprece a tal Liz "Vamp" Marins é filha de nada menos, nada mais que José Mojica Marins. O Zé do Caixão. Coffin Joe. Mestre do horror tupiniquim! Só tinha VIP no meio dessa galera! Será que esse povo não me chama a próxima vez que for sair?!)

No seu blog Kizzy diz que infelizmente agressões como essas podem ser uma prática comum em muitas boates.

Ao contrário do que afirmou Eric Novello não me surpreende, nem acho que o Kizzy deveria se ofender, com pessoas ou mesmo e fãs que por algum momento tenham se perguntado se ele não fez alguma coisa para motivar a agressão.

Afinal seria RACIONAL se houvesse motivação por trás das ações dos seguranças. Mas nesse caso é lícito pensar que racional não é bem lá o termo pra uma barbárie como essa...

O que foi alegado é que Ysatis teria tentado sair sem pagar, e que uma comanda foi encontrada no chão, e que além de tudo ele estava bêbado. Os seguranças teriam apenas revidado uma agressão que partiu dele.

OK. Vamos lá. Plot holes! O cara tem grana (ou pelo menos tá meior que nóis tudo...), tinha amigos presentes com grana, não ia criar caso por causa de mixaria. E mesmo que tivesse sido alguma gracinha da parte dele (completamente out-of-character, diga-se de passagem), teria ao menos "tentado" acredito solucionar tudo de maneira diplomática. Lógico que tinha álcool passeando no cérebro dele ! Quem sai de uma boate sem tomar umas e outras? Isso não quer dizer nada.

Mas vá lá. Vamos desligar o cérebro por um minuto. Mesmo que Kizzy tivesse "surtado" e tentado pulverizar um dos guardas com uma exibição do seu poderoso kung fu vampírico. Pela lei a LEGÍTIMA DEFESA requer PROPORCIONALIDADE. Você não pode degolar alguém que te agrediu com um tapa e alegar "foi legítima defesa!". Os seguranças da boate não devem ter se danificado muito, ou as reportagens teriam mencionado. Já o nosso amigo escritor tem fraturas no crânio e santa maionese batman.... é... só olhar as fotos....

No fim das contas se houve razões por parte dos calhordas, devem mesmo é ter sido razões financeiras e talvez uma infância triste. Não me comovem. Não sei se existe precedente legal para condená-los por "tentativa de homicídio" como se está tentando, mas espero do fundo dos infernos que consigam, pois seria mais do que merecido.

Espero que Kizzy se recupere e que algum dia a merda do Estado brasileiro não dependa de campanhas na internet ou mobilizações para cumprir o seu papel com agilidade. Se coisas como essas acontecem à alguém que tenha um nome no mínimo relevante que se dirá com nós outros foolish mortals...

No mais quero pedir desculpas se minhas falhas tentativas de humor não foram bem vindas. Sabe como é.


É que eu sou o palhaço, o coringa, o palhaço, o joker.... o bobo... eu sou o palhaço...

terça-feira, 1 de setembro de 2009

Update


OLÁ.

Estou sem paciência para um post dando explicações a cerca da ausência de post em determinado recorte cronológico. Estou com vontade de escrever algo um tanto quanto mais substancioso, e não quero gastar espaço com isso, então vai de uma vez aqui mesmo um rápido feedback.

1- O nome do blog mudou para "Falagrilo" uma vez que "O Grilo Falante" havia adiquirido conotações de pasquim de terceira dado a sentimentalismo piegas. Gosto de grilo, gosto do termo "grilado", gosto de zombar do estereótipo do "bicho-grilo", gosto do personagem colodiano e a metáfora disneyana sobra a voz da cosciência, do dissenso do consenso, gosto de verde, gosto de falar, gosto de discutir; e além de tudo isso gosto da idéia de manter o mesmo endereço e não jogar fora todo o meu trabalho "so far".

Então sem mudanças drásticas. Só um reposicionamento de marca.

2 - Lista de filmes e dever de casa feitos. Ainda aguardamos o MinC (Ministério da Cultura) e sua agilidade de paquidermede soviético de disponibilizar logo o equipamento para o Cineclube aqui em Cambuquira.

3- Desisti esse ano de arriscar uma cara e estafante inscrição no mestrado de "Estudos Literários" da UFMG, por causa do meu ainda nu em termos de publicações curírculo da Plataforma LATTES. Mas inscrição em Janeiro pra especialização em Temas Filosóficos tá de pé. =D

4- Mandei 5 micro-contos para o projeto do REDERPG "Circo de Horrores". Aguardo ainda o e-mail resposta. Mas meu sentido aranha me diz que isso pode demorar...