segunda-feira, 27 de abril de 2009

Muito barulho por nada?


O FAZER CINEMA VS. O FAZER LITERATURA.


Bem vindo novamente, (hipotético leitor) ao GRILO FALANTE.


Andei ocupado esse mês com os sempre extenuantes deveres da vida de professor e resolvendo os dilemas que reserva o meu desconhecido futuro acadêmico – profissional.


Mas não foi só isso.


Nos últimos dias embarquei por puro diletantismo na gravação de FICÇÃO, um curta amador para ser exibido no MOSCA 5. O roteiro e o argumento são de minha parte, a adaptação bastante poética do conto “La Cosa de Umberto Eco. A produção, se é que se pode produzir um filme de 20R$ e muitos favores) e parte da direção também.


O trabalho de câmera ficou por conta do Marcelo Telles II e o figurino e material de cena e outras contribuições por conta do resto da nerdada. A edição e a dublagem permanecem uma incógnita até segunda ordem.


Enfrentamos vários problemas na gravação, especialmente com a organização (o já clássico aborrecimento da falta de comprometimento) e o cronograma. Ainda acho que a decisão de usar adultos feitos nos papéis principais foi a mais acertada e dá uma “seriedade” maior ao trabalho (mesmo o filme se tratando de uma comédia), mas sempre compromete as coisas pela falta de agenda já esperada para gravação e ensaios.


No fim, estava pensando outro dia, sempre acaba sendo aquela corrreria e muita dor de cabeça, em troca de algo sem dúvida divertido, mas um tanto efêmero.


TAÍ!


Cinema foi um troço que eu nunca quis mexer. Gostar de cinema, ver cinema, ir ao cinema (ou melhor ira ao DVD e a TV á cabo) e escrever e comentar sobre filmes em geral são coisas que adoro. Parte do meu dia-a-dia. Coisas sem as quais eu não conseguiria viver.


Mas se alguém me perguntar se eu já tive o sonho de ser um grande diretor, ou trabalhar nessa área fora de qualquer coisa que não seja roteiro (ou argumento) eu tô fora.


Arte por arte prefiro escrever.


O Cinema apesar de ter maior visibilidade continua sendo um veículo caro, e uma praia que exige muitos contatos e, sobretudo trabalho de equipe (ou um diretor – ator-produtor lunático e obsessivo com mão de ferro). Compensa o esforço? Compensa. Mas somente para aqueles que querem embarcar no hype do audiovisual e que o consideram seriamente a profissão.


Para aqueles como eu monges venenosos, monstros tímidos, Corcundas de Notre-Damme reclusos em suas torres e kitinetes, escrever é um hobby que acaba sendo algo muito mais individual, solitário e prazeroso.
Ainda por cima tem a vantagem de se ser um meio muito mais barato e um universo produtor de significados muitíssimo mais amplo.


Mas meu desapontamento com o fazer da sétima arte talvez não seja uma coisa tão ruim. Como disse Jorge Furtado esse é um tempo que conhece muito diretores, mas poucos autores.


E numa indústria onde o Cinema fica cada vez mais dependente e parasitário da Literatura (estou começando a sentir remorsos pelo roteiro adaptado) talvez essa última acabe sendo um desperdício de tempo um pouco mais nobre.


Um comentário:

  1. cada linguagem com sua expressividade.

    cada expressão, cada motivo-motivação,

    ao gosto do falador ou ao gosto do freguês.

    ah! se vc for estudar na puc do coração eucarístico eu te dou o contato dum amigo que mora lá do lado, e tem um quarto sem dono no apto dele (o cara que morou lá voltou pra casa).

    Um beijo!
    Va.

    ResponderExcluir