terça-feira, 7 de abril de 2009

Two minutes to midnight...


É AMANHÃ!


Qual não foi o meu espanto ao saber que não só o WATCHMEN (apesar das previsões pessimistas) vai realmente estrear no cineminha da cidade ao lado como também toda a nerdada se amimou de ir ver o filme amanhã, na sessão mais baratinha da quarta feira.

Must mesmo para aqueles que não leram a legendária mini-série em quadrinhos do satânico-escritor-from-hell-underground-britânico-barbudo Alan "Odeio Hollywood" Moore e do desenhista Dave Gibbons, Watchmen gerou muítissimo alarde entre os fãs por se tratar talvez de uma das adaptações mais difíceis a serem feitas na história do cinema.

Moore que teve o espírito de suas obras assassinadas em adaptações medíocres e pipoqueiras pelo cinema como Do Inferno, A Liga dos Cavalheiros Extraordinários e V de Vingança ( e eu concordo com ele) já pediu pra tirar seu nome dos créditos já avisou que se o filme for uma droga, ele se isenta de qualquer culpa. Na verdade creio que o velho louco se isenta do resto da humanidade mesmo.


O título em inglês é oriundo de uma frase em latim do poeta Juvenal, "Quis custodiet ipsos custodes?", ou : Quem vigia os vigilantes?

A premissa é ainda umas das mais interessantes: o que aconteceria se os super-heróis existissem na vida real? Como a frase latina sugere a resposta pode ser um pouco pessimista...

Impossível claro reproduzir o marco que a Graphic Novel ( Watchmen aliás ajudou a difundir esse termo e faturou mesmo alguns prêmios tradicionalmente destinados apenas a romances) foi no universo quadrinhistíco. O Watchmen original tem pelos menos três pontos de fundamental importância, e que são quase um consenso entre os críticos:

- Mostrou junto a outro quadrinhos "O Cavaleiro das Trevas" (o do Frank Miller), que as HQs não eram absolutamente restritas ao público infantil e adolescente e que também podiam ter apelo entre adultos.

- Desconstrói e faz uma revisão irônica daquela imagem do super-herói ainda bastante engessada e estereotipada dos anos 50 e questiona o próprio sentido das histórias de gênero.

- Trouxe experimentos de narrativas interessantíssimos e um universo riquíssimo apresentado de uma maneira inovadora.

A adaptação chega portanto em boa hora. Em um tempo sombrio ( e não me digam que uma década que iniciou com a guerra ao terrorismo e está fechando com crise econômica não pode ser chamada de sombria) onde o público de maneira geral já se acostumou com histórias mais polêmicas, chocantes ou violentas.


Um dos defeitos (se é que se pode chamar isso de defeito) dos quadrinhos originais era que justamente suas trocentas referências apelavam apenas para um tipo de público, o leitor e fã de histórias de super-herói.

Não haveria espaço portanto para Watchmen nos cinemas anos atrás, mas com a decisão das editoras Marvel e DC de levarem seus personagens para os cinemas, agora mesmo o público médio pode de certa maneira saboreá-las. Afinal agora existe algo para se desconstruir.


Acompanhado as peripécias do diretor Zack Snyder na industria do cinema cabe agora torcer, cruzar os dedos,esperarando que o filme retenha pelo menos um resquício de provocação da obra de Moore, conseguindo aprofundar um debate que de certa maneira já foi proposto por um outro filme, "O Cavaleiro das Trevas". ( o do Cristopher Nolan.)


Um comentário:

  1. Ah, não sou lá muito inclinada a leitora de hq's, eu já fui mais entusiasmada com super-heróis, e para mim "two minutes to midnight" é o nome de uma música do iron maiden. aliás, mto boa. vou ali ouvir.

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